As eleições presidenciais aproximam-se no Chade e o partido político Movimento de Salvação Patriótica (MPS) está determinado a criar uma ampla coligação em torno do seu candidato nomeado, Mahamat Idriss Deby. Depois de contactar mais de 100 partidos políticos e movimentos político-militares, o MPS deseja reunir todos os seus aliados políticos para apoiar o seu defensor.
A abordagem MPS provoca diversas reações entre os diferentes atores políticos chadianos. Alguns partidos políticos, como o primeiro-ministro Succès Masra, já fizeram saber que não se sentem preocupados com esta iniciativa. Outros, como a UNDR do antigo primeiro-ministro Saleh Kebzabo, recusaram o convite. Théophile Bongoro, líder da Aliança Victoire, por sua vez manifestou reservas sobre a metodologia escolhida pelo MPS, sublinhando que era importante que Mahamat Idriss Deby aceitasse oficialmente a sua posse.
De um modo geral, alguns políticos acusam o MPS de querer perpetuar o seu controlo sobre o Estado chadiano, assumindo a liderança no apoio ao presidente de transição. No entanto, o secretário-geral do MPS, Mahamat Zene Bada, afasta estas críticas, afirmando que o seu objectivo é simplesmente reunir o maior número de apoios em torno do seu candidato.
Esta iniciativa do MPS destaca as questões e tensões políticas em torno das eleições presidenciais no Chade. Dado que o país enfrenta uma transição política após a morte do Presidente Idriss Deby Itno, a formação de uma coligação ampla poderá ser um factor determinante na corrida presidencial.
Resta saber qual será a resposta dos partidos políticos contactados pelo MPS e se esta coligação poderá realmente ver a luz do dia. Uma coisa é certa: os próximos meses serão cruciais para o país e o resultado das eleições presidenciais marcarão um ponto de viragem importante no futuro político do Chade.