Título: As eleições presidenciais no Senegal mais uma vez em questão: o Conselho Constitucional cancela o adiamento
Introdução :
O Conselho Constitucional do Senegal tomou uma decisão controversa ao anular a decisão do governo de adiar as eleições presidenciais marcadas para 25 de Fevereiro e remarcá-las para Dezembro. Esta decisão foi considerada inconstitucional pelo Conselho Constitucional, que pede agora às autoridades competentes que organizem as eleições o mais rapidamente possível. O cancelamento mergulhou o país num período de tumulto político, restando saber se as eleições poderão realizar-se na data inicialmente prevista.
Um adiamento contestado:
O Presidente Macky Sall tinha anunciado inicialmente o adiamento das eleições poucas horas antes do início da campanha eleitoral, devido a uma disputa entre o poder judicial e o legislativo sobre a lista final de candidatos e a alegada dupla nacionalidade de alguns deles. A decisão foi duramente criticada pela oposição, que organizou um protesto contra o adiamento, levando a violentos confrontos com as forças de segurança, detenções e ao encerramento da internet móvel, o que intensificou as tensões políticas no país, uma das democracias mais estáveis do continente africano. continente.
A decisão do Conselho Constitucional:
O Conselho Constitucional argumentou que o decreto assinado pelo Presidente Sall para adiar as eleições e a decisão da Assembleia Nacional de remarcar a votação eram contrários à constituição. Na sua decisão, o Conselho destacou a impossibilidade de organizar as eleições na data inicialmente prevista e instou as autoridades competentes a organizá-las o mais rapidamente possível. Esta decisão aumenta agora a incerteza sobre se as eleições terão lugar na data prevista ou se será necessário tempo adicional para permitir a realização das campanhas eleitorais.
Um clima político tenso:
As eleições presidenciais deste ano, ao contrário dos anos anteriores, são marcadas por controvérsias, que vão desde protestos mortíferos que levaram o Presidente Sall a anunciar que não iria concorrer a um terceiro mandato, até à desqualificação de dois líderes da oposição. A oposição acusa o Presidente Sall de querer manter o poder para além do limite previsto na Constituição, acusações que o Presidente senegalês nega categoricamente. Em entrevista à Associated Press, disse que adiou as eleições para evitar que o país caísse em “grandes dificuldades” ligadas às disputas eleitorais.
Conclusão:
O cancelamento do adiamento das eleições presidenciais no Senegal pelo Conselho Constitucional lançou o país num período de incerteza política. Resta saber se a eleição poderá realizar-se na data inicialmente prevista ou se terá de ser estabelecido um novo calendário.. Qualquer que seja o resultado, esta situação realça a importância da estabilidade democrática e da garantia do respeito pela Constituição num país onde as disputas eleitorais podem ter consequências profundas no futuro político da nação.