O Kivu do Norte, uma província situada no leste da República Democrática do Congo, é há vários anos palco de conflitos armados e de instabilidade política. Esta situação teve graves consequências nos projectos de desenvolvimento de carácter ambiental da região, em particular os implementados no território Rutshuru em benefício das populações ribeirinhas do Parque Nacional de Virunga.
Estes projectos visavam apoiar a vida social das comunidades locais e dissuadi-las de danificar o frágil ecossistema do Parque Nacional de Virunga. Infelizmente, devido aos combates entre diferentes grupos armados, estes projectos foram abandonados, deixando as pessoas sem apoio e expostas a pressões económicas que as levam a destruir o ambiente.
John Lumoo, defensor ambiental da organização “Inovação para o Desenvolvimento e Proteção Ambiental” (IDPE), está preocupado com o impacto deste abandono no Parque Nacional de Virunga. Segundo ele, a paralisação dos projetos de desenvolvimento ambiental compromete a preservação desta reserva natural excepcional.
Além disso, esta situação cria restrições logísticas para as organizações que trabalham na região. Chegar à parte de Rutshuru controlada pelo governo, bem como ao território do sul de Lubero, exige agora um longo desvio pelos países vizinhos, o que envolve custos adicionais que as organizações nem sempre podem suportar.
Perante estas dificuldades, muitas organizações activas na protecção ambiental vêem-se forçadas a suspender as suas actividades e permanecer em espera em Goma, esperando que a situação de segurança se estabilize e que a estrada Goma-Rutshuru seja novamente aberta.
Esta paralisação dos projectos de desenvolvimento ambiental no Kivu do Norte é preocupante em vários aspectos. Não só compromete a preservação de uma das jóias da biodiversidade congolesa, o Parque Nacional de Virunga, mas também priva as populações locais dos benefícios sociais e económicos que estes projectos lhes poderiam ter trazido.
É, portanto, urgente que sejam tomadas medidas para restaurar a segurança na região e relançar os projectos de desenvolvimento ambiental. Isto requer não só o empenho das autoridades congolesas, mas também a cooperação e o apoio da comunidade internacional. Porque a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável são questões que dizem respeito a todo o planeta.