Título: Manifestações espontâneas em Kinshasa: um grito de desespero contra a inacção da comunidade internacional
Introdução :
Este fim de semana, a capital congolesa, Kinshasa, foi palco de manifestações espontâneas de jovens residentes. Expressaram a sua frustração e raiva pela inacção da comunidade internacional face aos ataques perpetrados por terroristas do M23, apoiados pelo Ruanda. Esta mobilização, marcada pela montagem de barricadas e pela queima de pneus no Boulevard du 30 Juin, testemunha o profundo sentimento de abandono e desespero sentido pela população congolesa.
Um silêncio da comunidade internacional criticou:
Apesar das denúncias regulares do Ruanda por parte de peritos da ONU e das condenações emanadas de muitos países, a comunidade internacional é frequentemente acusada de permanecer em silêncio face à agressão de que a RDC tem sido vítima durante muitos anos. Estas convicções, embora louváveis, não parecem suficientes para conter a violência que assola o leste do país. Os congoleses esperam ações concretas e eficazes da comunidade internacional.
Os limites da MONUSCO:
A MONUSCO, a missão de manutenção da paz na RDC, é frequentemente citada como uma das principais ações da comunidade internacional no país. Contudo, após mais de 20 anos de presença, as ações da Missão parecem ser insuficientes. A violência persiste e muitos grupos armados continuam a operar na região. Os congoleses questionam, portanto, a eficácia e a relevância desta missão da ONU.
O papel das organizações regionais e sub-regionais:
As organizações regionais e sub-regionais, que deveriam prestar apoio à RDC na resolução da crise, também são destacadas. As tropas da EAC (Comunidade da África Oriental), cuja missão deveria ser ofensiva, nunca lutaram realmente, contentando-se em instalar-se nas localidades evacuadas pelos rebeldes do M23. As negociações em Nairobi e Luanda ficaram paralisadas, com um cessar-fogo não respeitado e divergências persistentes entre as partes envolvidas.
A manifestação como um grito de desespero:
A mobilização espontânea dos jovens congoleses em Kinshasa não deve ser subestimada. É um grito de desespero, um pedido de ajuda à comunidade internacional. Estes jovens, testemunhas da inacção e do abandono de que sofre o seu país, expressam a sua frustração e raiva de forma clara e inequívoca. É, portanto, essencial que a comunidade internacional leve a sério estas manifestações e responda às expectativas legítimas da população congolesa.
Conclusão:
As manifestações em Kinshasa demonstram a profunda angústia da população congolesa face à inacção da comunidade internacional. Os congoleses aguardam ações concretas e eficazes para pôr fim à violência que assola o leste do país. É essencial que a comunidade internacional ouça este grito de desespero e tome medidas significativas para apoiar a RDC na sua busca pela estabilidade e pela paz.