Os últimos dias foram marcados por protestos em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. Insatisfeitos com a persistente crise de segurança no leste do país, os congoleses expressaram a sua raiva atacando representações diplomáticas e organizações internacionais que acusam de cumplicidade.
Estas manifestações são o resultado da crescente frustração entre a população congolesa que acredita ter tentado tudo para resolver a crise, sem sucesso. Apesar dos diálogos e das tentativas de diplomacia, a situação de segurança continua a deteriorar-se.
A cidade de Goma, localizada no leste do país, está particularmente preocupada, temendo ser feita refém por grupos rebeldes. Em Kinshasa, a população quer obrigar as autoridades a agir para pôr fim a esta situação alarmante. Os ocidentais são particularmente visados, suspeitos de terem alguma responsabilidade nesta crise de segurança, particularmente nas tensas relações entre a RDC e o Ruanda.
Os protestos eclodiram no fim de semana passado, com jovens furiosos ateando fogo a veículos pertencentes a algumas embaixadas e à Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na RDC (MONUSCO). A embaixada da Costa do Marfim declarou a sua indignação pela destruição sofrida durante estes acontecimentos.
O governo congolês condenou veementemente estes actos de violência e prometeu realizar uma investigação exaustiva para esclarecer estes incidentes. Ele sublinhou que os diplomatas estrangeiros, o pessoal da MONUSCO e as suas instalações e veículos não devem, em circunstância alguma, ser visados.
Esta situação mostra mais uma vez o profundo descontentamento da população congolesa face à insegurança persistente em certas regiões do país. As autoridades e os parceiros internacionais terão de redobrar os seus esforços para encontrar soluções concretas e duradouras para restaurar a segurança e a estabilidade na República Democrática do Congo.