“O compromisso de Ibuka em comemorar o genocídio tutsi: transmissão de memória, cuidado aos sobreviventes e acompanhamento psicológico”

Título: “Comemorando o genocídio tutsi: o compromisso da associação Ibuka”

Introdução :
A associação Ibuka, que reúne sobreviventes do genocídio tutsi de 1994 no Ruanda, reuniu-se recentemente durante a sua assembleia geral anual em Kigali. Esta reunião teve como objectivo definir prioridades para o próximo ano, nomeadamente com vista a comemorar trinta anos após este trágico acontecimento. Neste artigo apresentamos os principais assuntos discutidos durante esta assembleia geral, destacando a importância da transmissão da memória e do cuidado dos sobreviventes.

Capacitação a nível local:
Uma das grandes prioridades da associação Ibuka para este novo ano é fortalecer as capacidades a nível local. Na verdade, é essencial permitir que as comunidades assumam a responsabilidade pela memória do genocídio e garantir um acompanhamento adequado dos sobreviventes. Serão implementados programas de formação e sensibilização nos diferentes distritos do país, de forma a garantir uma presença activa e sustentada da comunidade neste processo de transmissão da história.

Cuidando dos sobreviventes mais velhos:
A assembleia geral sublinhou também a importância de cuidar dos sobreviventes mais velhos, muitas vezes confrontados com isolamento e dificuldades relacionadas com a sua saúde. A Ibuka está empenhada em desenvolver iniciativas que visem melhorar o seu bem-estar e qualidade de vida, oferecendo apoio psicossocial e assistência médica se necessário. É essencial garantir que estes sobreviventes possam viver com dignidade e beneficiar de um apoio adaptado às suas necessidades específicas.

Acompanhamento de sobreviventes que sofrem de estresse pós-traumático:
Os períodos de comemoração, que duram 100 dias, de 7 de abril ao início de julho, podem trazer lembranças dolorosas e traumas para os sobreviventes. É por isso que Ibuka criará programas de monitoramento contínuo para indivíduos que sofrem de estresse pós-traumático. Estas iniciativas proporcionarão apoio psicológico específico e garantirão que ninguém se sinta esquecido durante este período de contemplação nacional.

Transmissão de memória aos mais novos:
Por fim, uma das prioridades essenciais da Ibuka é garantir a transmissão da memória às gerações mais jovens. Os sobreviventes do genocídio sabem que a sua presença não durará para sempre, por isso querem investir na formação de jovens para que possam compreender a história do seu país e as terríveis consequências do genocídio. Ibuka implementará iniciativas educativas e workshops para sensibilizar os jovens sobre este período trágico da história do Ruanda, encorajando-os a tornarem-se agentes de mudança e a promoverem a paz e a reconciliação..

Conclusão:
A assembleia geral da associação Ibuka destacou as prioridades para o próximo ano no que diz respeito à comemoração do genocídio tutsi no Ruanda. A transmissão da memória, a capacitação a nível local, o cuidado aos sobreviventes mais velhos e o acompanhamento dos sobreviventes que sofrem de stress pós-traumático são áreas em que Ibuka está empenhada em atuar. O objectivo final é preservar a memória deste período negro da história e promover a paz e a reconciliação no país.

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