Você está pronto para descobrir os últimos acontecimentos que abalaram a cidade de Kinshasa? No sábado passado, eclodiram violentas manifestações anti-Nações Unidas e ocidentais que ainda são amplamente comentadas nos meios de comunicação congoleses.
Segundo o jornal La Tempête des Tropiques, estas manifestações são uma resposta à indiferença e hipocrisia dos ocidentais face à agressão sofrida pela República Democrática do Congo por parte do vizinho Ruanda, principalmente na sua parte oriental. Os Congoleses acreditam que o seu país é vítima de agressões injustas e que o silêncio dos países ocidentais é intolerável.
Estas manifestações, iniciadas por centenas de jovens, começaram de forma pacífica, mas rapidamente degeneraram em actos de violência. As autoridades congolesas responderam rapidamente, destacando a polícia para restaurar a ordem. O Governo da República Democrática do Congo condenou estes actos de violência e apelou à calma da população.
Os manifestantes denunciaram nomeadamente a cumplicidade americana e as potências internacionais no que chamam de “holocausto congolês”. Acusam os países ocidentais de permanecerem silenciosos face a uma situação que dura há 30 anos e que causou a morte de mais de 12 milhões de congoleses, vítimas do selvagem capitalismo americano.
A manifestação também foi marcada por atos de vandalismo, nomeadamente frente às representações ocidentais e à representação do Canal Plus. Os manifestantes acusam estes meios de comunicação franceses de terem censurado os apoiantes congoleses durante a CAN, impedindo assim a difusão das suas mensagens pela paz no leste da RDC. Alguns vêem isto como prova de uma conspiração global contra o país.
Na realidade, estas manifestações foram desencadeadas pela posição de certos países ocidentais que instaram o poder congolês a negociar com os rebeldes do M23. No entanto, o Presidente Félix-Antoine Tshisekedi sempre foi claro na sua posição: recusar-se-á a negociar com os rebeldes apoiados pelo regime de Kigali, responsável pela delicada situação no leste do país.
Estas manifestações realçaram, portanto, a frustração e a raiva dos congoleses face à inacção internacional e aos compromissos previstos com os rebeldes. Esta situação põe em perigo a soberania e a integridade territorial da RDC.
É importante acompanhar de perto o desenvolvimento destes acontecimentos e compreender as preocupações legítimas dos congoleses sobre a situação no leste do país. A resolução desta crise exigirá uma cooperação internacional sincera e um compromisso real para garantir a estabilidade e a paz na República Democrática do Congo.