As eleições presidenciais na República Democrática do Congo suscitaram debates e tensões acalorados nos últimos dias. Enquanto a campanha eleitoral estava em pleno andamento, o Presidente cessante, Félix Tshisekedi, fez declarações contundentes sobre as relações com o Ruanda e a questão da segurança em regiões problemáticas.
Durante uma entrevista à Top Congo FM, Félix Tshisekedi expressou claramente a sua intenção de declarar guerra ao Ruanda em caso de qualquer provocação dos rebeldes M23, apoiados pelo país vizinho. Esta declaração causou comoção e provocou reações de todos os lados.
No entanto, o porta-voz do governo, Patrick Muyaya, quis moderar os comentários do presidente, explicando que as condições actuais não permitiam uma declaração de guerra. Na verdade, o país está actualmente na fase de instalação de novas instituições na sequência dos resultados das eleições de Dezembro passado. É dada prioridade ao restabelecimento da segurança nas regiões de conflito.
Patrick Muyaya sublinhou ainda que as ações levadas a cabo pelas Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) já produziram resultados positivos, provocando perdas significativas ao lado dos rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda. Lembrou que a guerra não poderia ser descartada se as condições constitucionais a permitissem e se fosse necessária para proteger e defender o território nacional.
É importante notar que, de acordo com o artigo 143 da Constituição congolesa, a declaração de guerra requer uma decisão do Conselho de Ministros, após parecer do Conselho Superior de Defesa e autorização de ambas as câmaras do parlamento. O presidente também deverá informar a nação por meio de mensagem oficial.
Após as eleições de Dezembro, a criação de novas instituições continua no país. As assembleias nacionais e provinciais devem organizar eleições para formar os cargos definitivos. Quanto ao Senado, novas eleições estão marcadas para 31 de março.
É evidente que a situação na RDC permanece tensa e incerta. A questão da segurança e das relações com os países vizinhos é crucial para garantir a estabilidade e o desenvolvimento do país. Resta saber como as autoridades congolesas irão gerir esta delicada situação nos próximos meses. Todos os olhares estarão voltados para as próximas ações das FARDC e para as decisões tomadas pelas instituições recém-formadas.
Em conclusão, as declarações do Presidente Tshisekedi sobre a possibilidade de declarar guerra ao Ruanda provocaram muitas reacções. É importante ressaltar que a situação atual do país não permite tal ação, mas que todas as opções permanecem em cima da mesa. A prioridade é a restauração da segurança nas regiões de conflito e o estabelecimento de novas instituições. Os próximos meses serão cruciais para o futuro da República Democrática do Congo e para a resolução dos problemas que persistem no país.