Título: Mobilização no Senegal: a sociedade civil opõe-se ao adiamento das eleições presidenciais e à continuação do poder do Presidente Macky Sall
Introdução :
No Senegal, está em curso a mobilização da sociedade civil para enfrentar o adiamento das eleições presidenciais e a continuação do poder do Presidente Macky Sall até Dezembro de 2024. Advogados, figuras políticas e artistas uniram-se para manifestar a sua oposição a esta decisão, considerando que representa uma grave violação da democracia. Neste artigo examinamos as diferentes vozes que se levantaram contra este adiamento e os receios expressos quanto ao futuro do país.
Advogados exigem respeito à Constituição:
Num fórum, juristas senegaleses e da diáspora apelaram ao Presidente Macky Sall para que abandonasse o seu plano de adiar as eleições presidenciais, que consideram uma ameaça à democracia. Segundo o professor de direito constitucional Babacar Gueye, esta lei viola flagrantemente a Constituição do país. Ele também insta o Conselho Constitucional a assumir as suas responsabilidades e declarar esta lei inconstitucional.
A preocupação da sociedade civil:
A mobilização da sociedade civil vai além dos advogados. Figuras políticas e artistas também se opõem ao adiamento das eleições presidenciais. O cantor e antigo ministro do Turismo, Youssou N’Dour, manifestou a sua oposição ao adiamento das eleições e lembrou que a democracia assenta na escolha soberana do povo. Da mesma forma, o empenhado cantor Didier Awadi afirma que está chocado com a actual situação política e acredita que o Senegal corre o risco de perder a sua reputação exemplar na região.
O medo de um golpe institucional:
Por sua vez, Malal Talla, membro fundador do movimento “Y’en a marre”, descreve a decisão de Macky Sall como um verdadeiro golpe institucional. Segundo ele, a sociedade civil sempre deu o alarme sobre a gestão do poder por Macky Sall. Ele acredita que a população não está satisfeita com esta decisão e que as ruas acabarão por ser ouvidas. O povo senegalês, consciente do ataque à sua soberania, não permanecerá calado.
Conclusão:
A mobilização da sociedade civil no Senegal contra o adiamento das eleições presidenciais e a continuação do poder do Presidente Macky Sall reflecte preocupações crescentes sobre o futuro democrático do país. Juristas, figuras políticas e artistas fazem eco do desejo do povo senegalês de preservar os seus direitos e soberania. Resta saber como evoluirá esta mobilização e que ações concretas serão tomadas para fazer face a esta situação. Uma coisa é certa: a voz da sociedade civil não será silenciada.