Título: O adiamento das eleições presidenciais no Senegal: uma decisão controversa que divide o país
Introdução :
A evacuação dos deputados da oposição durante a aprovação do projeto de lei para adiar as eleições presidenciais criou uma verdadeira polémica no Senegal. Esta polémica decisão, adoptada quase por unanimidade pelos deputados presentes, levanta muitas questões sobre o seu impacto na estabilidade política do país. Neste artigo faremos uma revisão dos acontecimentos que levaram a esta situação e analisaremos as reações da oposição e da maioria a esta decisão.
Os eventos :
Na segunda-feira, 5 de fevereiro, os deputados da oposição viram-se confrontados com uma situação tensa durante a análise do projeto de lei para adiar as eleições presidenciais. Os gendarmes evacuaram os parlamentares da oposição da Câmara, provocando fortes reações por parte deles. Esta evacuação ocorreu devido à recusa destes deputados em votar sem debate sobre o mérito da proposta. Também eclodiram brigas nas ruas, enquanto a oposição tentava mobilizar-se e demonstrar o seu descontentamento com a decisão.
As reações:
A oposição denuncia a decisão como um “golpe institucional” e diz que viola a Constituição do país. Na verdade, o projecto de lei permitiria que o presidente cessante permanecesse no poder até que um novo presidente tome posse, o que contraria os artigos 27.º e 103.º da Constituição. Os deputados da oposição anunciaram a intenção de remeter o assunto ao Conselho Constitucional e apelaram à desobediência civil para se oporem a esta medida.
Por seu lado, a maioria afirma que este adiamento é necessário para garantir eleições pacíficas e inclusivas. Segundo os parlamentares majoritários, a data inicial de 25 de fevereiro foi alterada devido ao período de chuvas, mas ressaltam que o adiamento segue dentro dos limites da Constituição. Insistem que se trata de um acordo temporário para permitir a organização de eleições livres e democráticas.
Conclusão:
O adiamento das eleições presidenciais no Senegal provocou fortes reacções e criou divisão no país. Enquanto a oposição denuncia um “golpe de Estado institucional” e vai tomar o Conselho Constitucional, a maioria defende esta decisão como sendo necessária para garantir eleições pacíficas. A tensão permanece palpável e é difícil prever o resultado desta situação. O Senegal encontra-se mergulhado na incerteza política e só o tempo dirá como o país irá superar esta crise.