O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Paris, Tony Estanguet, encontra-se no centro de uma investigação aberta pela Procuradoria Financeira Nacional. Esta investigação diz respeito às condições da sua remuneração, levantando questões sobre a sua transparência e legalidade.
As revelações indicam uma possível criação de uma empresa por parte de Tony Estanguet, que faturaria serviços não comerciais à Cojop, da qual preside. Esta situação levanta questões sobre o controlo da realidade e da qualidade destes serviços, pondo em causa a ética desta prática.
A remuneração de Tony Estanguet foi inicialmente fixada em 270 mil euros brutos anuais, com possibilidade de progressão limitada a 20% com base em critérios de desempenho. Contudo, por ser uma associação do tipo lei de 1901, a Cojop está sujeita a tetos remuneratórios dos seus dirigentes, muito inferiores a esse valor.
A Cojop disse estar surpreendida com a abertura desta investigação, afirmando que a remuneração de Tony Estanguet foi decidida e validada de forma soberana e independente pelo Conselho de Administração. A Cojop assegura ainda que as condições de pagamento desta remuneração foram validadas pelo auditor geral económico e financeiro, com consulta à URSSAF, e são sujeitas a auditoria anual.
No entanto, estas revelações somam-se a outras investigações já em curso sobre a organização dos Jogos Olímpicos de Paris. Também foram levantadas suspeitas de favoritismo e apropriação indevida de fundos públicos durante a adjudicação de contratos.
Estas novas acusações destacam a necessidade de maior transparência e controlo rigoroso das remunerações nas organizações desportivas. A confiança pública na integridade dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos é essencial e qualquer suspeita de irregularidades põe em causa a legitimidade destes eventos globais.
É imperativo que sejam tomadas medidas para garantir uma gestão exemplar e ética destes grandes eventos desportivos, a fim de preservar a imagem e a integridade do movimento olímpico.