“O escritor australiano Yang Jun recebeu sentença de morte suspensa na China: veredicto chocante que levanta questões sobre os direitos humanos e as relações sino-australianas”

O escritor australiano Yang Jun recebeu recentemente uma sentença de morte suspensa por um tribunal de Pequim, cinco anos após a sua prisão na China sob acusações de espionagem. Esta decisão causou grande agitação na Austrália, onde o governo expressou a sua consternação com esta convicção.

Yang Jun, também conhecido como Yang Hengjun, é um escritor e acadêmico de ascendência chinesa, mas de nacionalidade australiana. Ele foi preso durante um retorno à China em 2019 e acusado de espionagem, acusações que nega categoricamente.

O julgamento de Yang Jun foi realizado a portas fechadas em 2021 e nenhum veredicto foi tornado público até agora. Os defensores dos direitos humanos criticaram fortemente esta falta de transparência e denunciaram a falta de garantias processuais.

O escritor australiano disse que foi torturado enquanto estava detido e pressionado a fazer confissões forçadas. Estas alegações foram rejeitadas pelas autoridades chinesas.

Esta condenação surge num momento em que as relações sino-australianas pareciam estar a melhorar, nomeadamente com a libertação do jornalista australiano Cheng Lei em Outubro de 2023. Ele também tinha sido preso na China sob acusações de espionagem.

No entanto, apesar destes sinais de calma, as tensões entre os dois países permanecem palpáveis. A Austrália aderiu recentemente à aliança militar Aukus, ao lado dos Estados Unidos e do Reino Unido, numa tentativa de contrariar a crescente influência da China na região do Pacífico Sul.

A pena de morte suspensa de Yang Jun levanta questões sobre o respeito pelos direitos humanos na China e destaca as tensões geopolíticas que rodeiam as relações sino-australianas.

As autoridades australianas convocaram o embaixador chinês na Austrália para expressar a sua insatisfação com a decisão. O governo australiano também sublinhou a sua vontade de apoiar Yang Jun e fazer tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que ele recupere a sua liberdade e possa reunir-se com a sua família.

Este caso realça a fragilidade dos escritores e intelectuais na China, que podem ser vítimas de perseguições e acusações infundadas. Destaca também os desafios que as democracias ocidentais enfrentam nas suas relações com a China, uma potência emergente cujas práticas autoritárias e repressivas são cada vez mais criticadas a nível internacional.

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