Título: Renovação da Pirâmide de Mykerinos em Gizé gera polêmica entre egiptólogos
Introdução :
A decisão do Egito de renovar a pirâmide de Mykerinos em Gizé gerou acalorada controvérsia entre os egiptólogos. Embora as autoridades egípcias vejam esta renovação como uma forma de restaurar a pirâmide à sua aparência original, muitos especialistas acreditam que isto equivale a sacrificar a preservação do património egípcio em benefício de interesses comerciais.
Uma decisão contestada:
O projeto de renovação envolve a instalação de cinco fileiras de blocos de granito cinza na base da pirâmide de Mykerinos, para restaurar sua aparência original. Se as autoridades egípcias afirmam que isto é para permitir que os visitantes vejam a pirâmide tal como foi construída, os egiptólogos têm uma visão negativa desta intervenção.
Conservação do património ameaçado:
Especialistas denunciam a falta de cuidados arqueológicos tomados durante as obras de reforma. Os trabalhadores estão escavando sem demarcação da área, o que poderia resultar na destruição de valiosas camadas e estratos arqueológicos. Além disso, salientam que os blocos de granito utilizados na reforma estão brutos e incompletos, o que põe em causa a sua adequação para substituição na pirâmide.
Chamada para ação:
Confrontado com os protestos da mídia, o Ministério Egípcio de Antiguidades e Turismo anunciou a formação de um comitê de estudo presidido pelo eminente egiptólogo Zahy Hawas. Este comitê será responsável por avaliar o projeto de reforma e decidir se deve continuar ou não. A UNESCO também terá de ser consultada. Apesar disso, os trabalhos já foram iniciados, levantando temores de que a decisão da comissão seja apenas uma formalidade para aprovar uma reforma já em andamento.
Uma tendência preocupante:
Esta controvérsia realça uma tendência mais ampla no Egipto, onde a preservação do património é por vezes sacrificada em benefício de questões turísticas. Muitos monumentos históricos estão ameaçados pela sobrelotação, enquanto algumas obras de restauro são criticadas pela sua falta de rigor e pelo seu aspecto de “parque de diversões”. Os egiptólogos apelam à sensibilização e à melhor preservação do património egípcio.
Conclusão:
A controversa renovação da Pirâmide de Mykerinos em Gizé realça as tensões entre a preservação do património e os interesses comerciais no Egipto. Enquanto os egiptólogos denunciam a falta de precauções arqueológicas e se preocupam com a degradação do património, as autoridades egípcias tentam justificar a sua decisão sublinhando a importância turística desta obra. Resta saber se a comissão de estudo e a intervenção da UNESCO permitirão encontrar um compromisso entre estas duas posições.