O adiamento indefinido das eleições presidenciais no Senegal: uma decisão inesperada que levanta questões
Num discurso nacional, o Presidente Macky Sall do Senegal anunciou o adiamento indefinido das eleições presidenciais inicialmente marcadas para 25 de Fevereiro.
Esta decisão surge poucas horas antes do início da campanha eleitoral e surge na sequência da criação de uma comissão parlamentar responsável por investigar a integridade de dois juízes do Conselho Constitucional.
O Presidente Sall revelou que revogou o seu decreto inicial que marcava as eleições para 25 de Fevereiro, na sequência de preocupações levantadas sobre a integridade do processo eleitoral. Esta medida sem precedentes no Senegal marca o primeiro adiamento de uma eleição presidencial por sufrágio universal directo desde 1963.
No seu discurso, o Presidente Sall expressou o seu compromisso de encetar um diálogo nacional aberto, a fim de garantir as condições para eleições livres, transparentes e inclusivas, sem, no entanto, especificar uma nova data.
Inicialmente eleito em 2012 para um mandato de sete anos, depois reeleito em 2019 por cinco anos, o Presidente Sall tinha anunciado anteriormente que não iria candidatar-se a outro mandato, designando o Primeiro-Ministro Amadou Ba como seu sucessor.
O Conselho Constitucional excluiu vários candidatos das eleições, incluindo figuras da oposição Ousmane Sonko e Karim Wade, gerando controvérsia.
O cenário político no Senegal está agora em mudança, com o adiamento levantando questões sobre o processo eleitoral do país e os desafios enfrentados pelos candidatos da oposição desqualificados. Os próximos dias serão decisivos para determinar o curso dos acontecimentos e o futuro político do Senegal.