Título: Cimeira dos líderes africanos em Roma destaca as ambições de Itália para o desenvolvimento do continente
Introdução: A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, abriu na segunda-feira uma cimeira de líderes africanos com o objetivo de apresentar o grande plano de desenvolvimento da Itália para o continente. Este plano visa conter os fluxos migratórios, diversificar as fontes de energia e criar uma nova relação entre a Europa e África. Embora o plano tenha sido inicialmente saudado com cautela pelos países africanos, a cimeira contou com a presença de cerca de 20 líderes africanos, representantes da União Europeia e das Nações Unidas, bem como representantes de instituições financeiras internacionais.
O desenvolvimento africano como solução para a crise migratória:
A Itália, que há décadas está no centro do debate sobre a imigração na Europa, apresenta o seu plano de desenvolvimento como uma solução para criar condições económicas e de segurança que promovam a criação de emprego em África e dissuadam os jovens do risco de atravessar o Mediterrâneo em condições perigosas. .
No seu discurso de abertura, Giorgia Meloni apresentou uma série de projectos-piloto em diferentes países, que permitiriam a África tornar-se um grande exportador de energia para a Europa, ajudando assim a reduzir a dependência europeia da energia russa após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Ela também enfatiza que garantir o direito de não ser forçado a migrar é tão importante quanto o direito de migrar.
Uma parceria justa e não predatória:
O plano de desenvolvimento, denominado Plano Mattei, em homenagem ao fundador da empresa de petróleo e gás Eni, visa expandir a cooperação com África para além da energia, de uma forma não predatória. Inclui projetos-piloto em educação, saúde, água, saneamento, agricultura e infraestruturas. Giorgia Meloni insiste que se trata de uma cooperação entre iguais, longe de qualquer tentação predatória, mas também longe da postura caritativa para com África que não tem em conta o seu extraordinário potencial de desenvolvimento.
Uma cimeira histórica:
A cimeira dos líderes africanos em Roma é de importância histórica, pois é a primeira vez que é organizada a um nível tão elevado, com a participação do chefe de Estado italiano e de outros altos funcionários. Isto demonstra o compromisso de todas as instituições públicas italianas com este projeto de cooperação. Apresentações detalhando os diferentes aspectos do plano foram feitas pelos ministros italianos. Uma recepção de gala organizada pelo presidente italiano Sergio Mattarella precedeu a cimeira.
Críticos do plano e dos polêmicos acordos da Itália:
Apesar da ambição declarada do plano Mattei, há vozes que criticam esta iniciativa, descrevendo-a como neocolonial e uma exploração dos recursos naturais africanos. Os deputados da oposição verde e italiana organizaram uma contraconferência para expressar o seu desacordo com o plano.
Paralelamente a esta iniciativa, o governo de Giorgia Meloni concluiu acordos controversos com certos países, a fim de reduzir o fardo migratório para Itália. Um acordo apoiado pela União Europeia com a Tunísia visa limitar as partidas, promovendo o desenvolvimento económico e oportunidades de migração legal, enquanto um acordo bilateral com a Albânia prevê a criação de centros na Albânia para processar pedidos de imigração. .
Conclusão: A cimeira dos líderes africanos em Roma destaca as ambições da Itália para o desenvolvimento de África e a redução da crise migratória. Embora o Plano Mattei tenha sido recebido com cautela pelos países africanos, representa uma tentativa de cooperação equitativa e não predatória, permitindo que África realize o seu potencial de desenvolvimento. No entanto, persistem críticas quanto ao seu real impacto e à exploração dos recursos africanos. O tempo dirá se este ambicioso plano poderá satisfazer as expectativas e necessidades dos países africanos.