“Buea, Camarões: Incidente trágico destaca o impacto dos separatistas”
A calma foi brutalmente perturbada na cidade de Buea, capital da região sudoeste dos Camarões, na sequência de um ataque perpetrado por separatistas. Pelo menos uma pessoa perdeu a vida neste incidente que chocou profundamente a população local.
Na noite de segunda-feira, 30 de janeiro, intensos tiroteios ecoaram pela cidade, mergulhando os moradores no terror. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram homens armados realizando o seu ataque, justificando as suas ações pelo facto de a população não respeitar a sua ordem de “cidade fantasma”.
De acordo com a mídia camaronesa Canal 2, os combatentes atacaram primeiro as forças de segurança que patrulhavam perto de um mercado em Buea, antes de atacarem civis e incendiarem carros. Pelo menos uma pessoa foi confirmada como morta e várias outras ficaram feridas no ataque.
O governador da região Sudoeste, Bernard Okalia, disse a um jornalista da RFI que a calma regressou a Buea na terça-feira, 31 de janeiro.
No entanto, este trágico ataque recorda a situação complexa e perigosa em que os residentes das regiões Sudoeste e Noroeste dos Camarões se encontram há vários anos.
Desde 2016, grupos separatistas armados espalharam o terror nestas regiões, aumentando os ataques, sequestros e assassinatos, forçando milhares de pessoas a fugirem das suas casas e a mudarem-se para outras partes do país.
Esta violência eclodiu na sequência de manifestações pacíficas da população de língua inglesa dos Camarões, que exigia uma maior representação política e o reconhecimento da sua identidade cultural.
Infelizmente, as forças de segurança camaronesas reprimiram violentamente estas manifestações, acendendo assim a pólvora e desencadeando uma espiral de insegurança e violência.
Este conflito já custou a vida de milhares de civis, presos entre as forças governamentais e os combatentes separatistas. No ano passado, a Amnistia Internacional publicou um relatório detalhado denunciando as atrocidades cometidas por ambos os lados na região Noroeste dos Camarões.
É urgente que as autoridades camaronesas e os intervenientes internacionais se empenhem verdadeiramente na procura de soluções pacíficas para pôr fim a esta violência e permitir que as populações afectadas recuperem a segurança e a estabilidade de que necessitam desesperadamente.