Hanseníase em África: Os desafios do combate a esta doença pouco conhecida
A lepra, também conhecida como hanseníase, continua a ser um flagelo pouco conhecido em África. Todos os anos, mais de 20 a 25.000 casos são detectados apenas no continente africano. Esta doença infecciosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, afecta principalmente regiões de extrema pobreza onde o acesso aos cuidados é limitado.
O Dr. Christian Johnson, da Fundação Raoul-Follereau, explica que a luta contra a lepra em África enfrenta vários obstáculos. O primeiro é o da sensibilidade geográfica. Os pacientes são frequentemente encontrados em áreas remotas, onde o acesso de carro ou moto é impossível. É necessário, portanto, continuar a pé para chegar às aldeias mais distantes.
A segunda barreira é a sensibilidade financeira. Em muitos países africanos, os pacientes têm de pagar para ter acesso a cuidados médicos. As populações rurais, que já enfrentam a pobreza, lutam para suportar estes custos, o que muitas vezes leva à detecção tardia da doença.
Finalmente, a acessibilidade cultural constitui o terceiro desafio. Em muitas comunidades, a lepra ainda é vista como resultado de um feitiço ou maldição. Por isso, recorrem aos praticantes tradicionais e não aos profissionais de saúde. Essa crença atrasa o rastreamento e agrava as consequências da doença.
A Fundação Raoul-Follereau, em colaboração com a OMS, realiza atividades de sensibilização para combater a lepra em África. Todos os anos são organizados dias específicos para fornecer informações sobre esta doença e incentivar a detecção precoce. Também são organizadas campanhas de doação para apoiar financeiramente as pessoas que sofrem de hanseníase e oferecer-lhes acesso a cuidados adequados.
É essencial continuar os esforços para aumentar a sensibilização e combater a lepra em África. Ao aumentar o acesso aos cuidados e eliminar as barreiras culturais e financeiras, é possível reduzir o impacto desta doença e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas. Juntos, podemos reverter a hanseníase e proporcionar um futuro melhor para aqueles que a sofrem.