Desde o advento do movimento Wazalendo na República Democrática do Congo, múltiplas opiniões colidiram. Alguns vêem este movimento como um verdadeiro patriotismo, de acordo com a lei do país, enquanto outros o descrevem como “branqueamento” de acordo com rumores que circulam nas redes sociais.
No centro deste debate está o artigo 63.º da lei congolesa, que reconhece a cada cidadão o direito e o dever de defender o seu país e a sua integridade face a qualquer ameaça ou agressão externa. É com isto em mente que jovens voluntários, movidos por um espírito de patriotismo, pegaram em armas para combater a rebelião do M23 e dos seus aliados ruandeses, que ocuparam territórios no Kivu do Norte.
Num boletim anterior da SangoYa Bomoko, o Presidente Félix-Antoine Tshisekedi expressou o seu apoio a estes voluntários patrióticos, afirmando que eram verdadeiros compatriotas que defendiam o seu país. No entanto, alguns lançaram dúvidas sobre as origens destes voluntários, acusando-os de provirem de grupos armados.
Em resposta a estas preocupações, o porta-voz do governo, Patrick Muyaya, sublinhou que, de momento, a única ameaça é a do M23/RDF. Uma vez resolvida esta questão, outros problemas entre os congoleses poderão encontrar soluções. O governo adoptou também um projecto de decreto relativo à implementação de uma lei sobre a criação de um corpo de reservistas no exército.
Este debate em torno do movimento Wazalendo destaca as diferenças de opinião e os receios ligados à situação de segurança na RDC. Enquanto alguns acolhem favoravelmente o patriotismo destes jovens voluntários, outros temem o potencial envolvimento de grupos armados. É essencial continuar as discussões e ações destinadas a garantir a estabilidade e a segurança no país.
Este artigo resulta da análise do boletim Sango ya bomoko n°29, um programa que visa prevenir a propagação do discurso de ódio e da desinformação através da recolha e processamento de rumores nas comunidades congolesas.