Artigo sobre acontecimentos atuais: RD Congo: Para o Ministro Patrick Muyaya, “o mal da região chama-se Kagame”
Numa entrevista à France 24, o Ministro congolês da Comunicação e dos Meios de Comunicação Social, Patrick Muyaya, apontou o dedo ao Presidente do Ruanda, Paul Kagame, como sendo responsável pela agitação na região. Segundo ele, desestabilizar os seus vizinhos é parte integrante da estratégia de Kagame. Muyaya também aproveitou a oportunidade para saudar a condução do primeiro processo eleitoral justo na RD Congo desde 2006, após o qual o Presidente Felix Tshisekedi foi reeleito para um segundo mandato.
Apesar das críticas da oposição e da denúncia de fraude massiva por parte da Conferência Episcopal Nacional do Congo (Cenco), Félix Tshisekedi foi reeleito com grande maioria dos votos expressos. O Ministro Muyaya afirmou assim que não houve controvérsia em relação a esta reeleição.
Um dos principais desafios que Tshisekedi enfrenta é a precária situação de segurança no leste do país, especialmente na província de Kivu do Norte, que faz fronteira com o Ruanda. Esta região é palco de violência recorrente e o ressurgimento do grupo rebelde M23 contribuiu para a sua desestabilização. O governo congolês acusa o Ruanda, bem como os Estados Unidos e vários países europeus, de apoiar este grupo rebelde.
As recentes acusações do presidente do Burundi, acusando o regime ruandês de tentar desestabilizar o seu país através do apoio aos rebeldes, ilustram as tensões regionais. Confrontado com este desafio, Tshisekedi pôs em prática um plano claro, nomeadamente com o envio de uma força militar da Comunidade dos Estados da África Austral.
No entanto, Muyaya sublinha que a resolução dos problemas que persistem há 25 anos não será feita em apenas cinco ou dois anos. Condena veementemente as ações do regime ruandês, que descreve como “glutão” e “assassino”.
Em conclusão, é claro que as relações entre a RD Congo e o Ruanda continuam tensas, com acusações mútuas de desestabilização. A reeleição de Tshisekedi oferece uma oportunidade para encontrar soluções e reforçar a segurança na região, mas levará tempo para resolver os problemas profundos que existem há décadas. A evolução desta situação será acompanhada de perto.