“O mal na sub-região chama-se Paul Kagame”: a declaração do Ministro congolês das Comunicações e Meios de Comunicação Social, Patrick Muyaya Katembwe, suscitou fortes reacções na região. Numa entrevista à France 24, o ministro apontou o dedo ao presidente ruandês, acusando-o de desestabilizar os países vizinhos. Esta declaração ecoa as tensões recentes entre o Ruanda e o Burundi, onde este último acusa o regime ruandês de apoiar grupos rebeldes no seu território.
A província do Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC), tem sido particularmente afetada por esta instabilidade, com o ressurgimento do grupo rebelde M23 desde 2021. Muitas vozes, incluindo as da ONU, dos Estados Unidos e de vários países europeus, também acusam Ruanda de apoiar este grupo terrorista responsável por massacres na região.
Num outro registo, o ministro congolês saudou o progresso do último processo eleitoral na RDC, descrito como justo e democrático. Apesar das irregularidades apontadas pelos observadores eleitorais, o ministro afirma que estes problemas não tiveram impacto na reeleição de Félix Tshisekedi como presidente do país. Segundo ele, o povo congolês reelegeu de forma brilhante Tshisekedi com 73,47% dos votos expressos, o que lhe confere um segundo mandato legítimo.
Esta reeleição marca uma oportunidade para o presidente congolês se concentrar no desenvolvimento socioeconómico do país. No seu discurso de posse, Tshisekedi expressou o desejo de dedicar o seu segundo mandato à melhoria das condições de vida da população congolesa.
Estas declarações e acontecimentos recentes destacam as tensões em curso na região dos Grandes Lagos e os desafios que os países da sub-região enfrentam. Embora a estabilidade continue frágil, é essencial apoiar os esforços para resolver conflitos, reforçar a cooperação regional e promover o desenvolvimento socioeconómico para permitir que estes países progridam no sentido de um futuro melhor.