Os preconceitos sexistas e racistas continuam a causar estragos na nossa sociedade e não são exceção no domínio da saúde. Uma investigação recente realizada por uma equipa de investigadores franceses revelou o impacto destes preconceitos no diagnóstico de pacientes em serviços de urgência.
O estudo, publicado no European Journal of Emergency Medicine, foi realizado entre 1.500 cuidadores, médicos e enfermeiros, espalhados por vários países europeus. Os participantes receberam um questionário no qual deveriam avaliar a gravidade de diferentes casos de pacientes com sintomas semelhantes, mas com características de gênero e etnia diferentes.
Os resultados do estudo são chocantes, mas infelizmente não surpreendentes. As mulheres são levadas menos a sério do que os homens, com apenas 49% dos casos femininos considerados graves, em comparação com 62% dos casos masculinos. Além disso, os pacientes negros também têm menos probabilidade de serem diagnosticados como emergências com risco de vida, com apenas 47% dos casos negros considerados graves, em comparação com 58% dos casos brancos.
Estes números revelam claramente a existência de preconceitos sexistas e racistas na área da saúde. Os cuidadores, apesar da sua formação profissional, são influenciados por estereótipos e clichés inconscientes que se reflectem nos seus julgamentos médicos.
Esta observação é tanto mais preocupante quanto os erros de diagnóstico ou tratamento podem ter consequências graves para os pacientes em causa. As mulheres e os pacientes negros correm, portanto, o risco de receber tratamento inadequado ou de não receber os cuidados de emergência de que necessitam.
É, portanto, necessário sensibilizar os profissionais de saúde para estes preconceitos e implementar medidas para os combater. Isto envolve formação sobre preconceitos inconscientes e sensibilização para a igualdade de género e a diversidade étnica. É também importante promover uma maior diversidade entre os cuidadores, para garantir uma abordagem mais inclusiva e equitativa aos pacientes.
Concluindo, os resultados desta pesquisa destacam a urgência do combate aos preconceitos sexistas e racistas no campo da saúde. É essencial garantir um tratamento justo e de qualidade a todos os pacientes, independentemente do seu género ou etnia.