O reino escandinavo tomou recentemente uma decisão controversa de autorizar a exploração mineira no seu fundo marinho. Esta decisão atraiu a atenção dos industriais, que veem nisso uma oportunidade de colher metais raros e preciosos escondidos a 3.000 metros de profundidade. No entanto, esta prospeção poderá ter consequências devastadoras nos ecossistemas marinhos.
A Noruega, que descobriu os seus primeiros depósitos de petróleo há mais de cinquenta anos, posiciona-se agora como pioneira na exploração industrial de minerais subaquáticos. O Parlamento norueguês autorizou recentemente a exploração de uma área de 281 mil quilómetros quadrados entre a ilha de Jan Mayen e o arquipélago de Svalbard. Acredita-se que esta área contenha 12 campos de sulfuretos e 27 depósitos de crosta de manganês, representando milhares de milhões de euros em valor. Estima-se que esta área abrigue milhões de toneladas de terras raras, cobre, lítio, tungstênio, magnésio, cobalto e manganês.
Diante de tal potencial, diversas empresas começaram a desenvolver tecnologias que permitem a coleta desses minérios em grandes profundidades. Robôs autônomos e drones subaquáticos são usados principalmente para realizar essas operações. A empresa Seabed Solutions, por exemplo, investiu vários milhões de euros na compra de uma escavadora subaquática capaz de extrair minérios até 4.000 metros de profundidade.
No entanto, esta corrida pelos minerais não é isenta de consequências para o ambiente. As organizações ambientais estão preocupadas com os danos potenciais que estes locais de construção subaquáticos podem causar aos ecossistemas do Ártico. Plumas de sedimentos levantadas por máquinas durante a extração mineral podem perturbar a biodiversidade e modificar quimicamente o fundo do mar.
Neste contexto, Ruben Oddekalv, diretor da Associação Norueguesa de Proteção Ambiental, está a liderar uma luta feroz para proibir as minas subaquáticas. Destaca os perigos que estas atividades representam para os habitats naturais e a biodiversidade marinha.
À medida que a procura de minerais continua a crescer, é crucial encontrar um equilíbrio entre a exploração dos recursos e a conservação ambiental. Regulamentações rigorosas e estudos aprofundados de impacto ambiental são necessários para garantir que esta prospecção mineira não cause consequências irreversíveis nos ecossistemas marinhos.
Em conclusão, a autorização de prospecção mineira nos fundos marinhos na Noruega desperta tanto o entusiasmo dos industriais como a preocupação dos defensores ambientais. É essencial ter em conta as consequências ambientais destas atividades e implementar medidas de proteção adequadas para garantir o desenvolvimento sustentável da exploração de minerais subaquáticos.