“A África do Sul desafia Israel perante a CIJ: um passo histórico em direção à justiça internacional”

Título: África do Sul toma posição contra Israel: um passo em direção à justiça internacional

Introdução
Quando a África do Sul iniciou um processo judicial contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) em Haia, Holanda, causou sensação. Enquanto país pós-apartheid, a África do Sul desafiou as probabilidades e optou por defender os seus princípios morais e legais, processando Israel ao abrigo da Convenção do Genocídio de 1948. As reacções chegaram rapidamente, com os líderes políticos ocidentais a minimizarem estes procedimentos sem precedentes.

Um mundo dominado pelo Norte
Vivemos num mundo onde as relações Norte-Sul continuam a ditar a quem se aplica o direito internacional. Aqueles que cumprem as exigências do Norte global são recompensados ​​com favores políticos e económicos, enquanto aqueles que desafiam o Norte, como fez a África do Sul, são ameaçados com medidas retaliatórias. É lamentável que o Conselho de Segurança da ONU, composto em grande parte por estados do Norte, nunca tenha sido responsabilizado pelas suas ações e nunca tenha sido forçado a prestar contas ao TIJ.

Cumplicidade da ONU
Infelizmente, as Nações Unidas também desempenharam um papel nesta situação, perpetuando a ordem global baseada em regras. Devido à sua dependência financeira das grandes potências e à politização do Conselho de Segurança em favor do Norte, a ONU nunca demonstrou autoridade para responsabilizar o Norte pelos seus crimes, seja no Iraque, no Afeganistão, na Líbia, na Ucrânia ou no actuais bombardeamentos no Iémen.

África do Sul assume a liderança
O que a África do Sul fez é revolucionário. Ao tomar esta iniciativa, está a ajudar a redefinir a ordem mundial e a dar origem a um mundo multipolar no século XXI. Durante os dois dias de audiências, pudemos constatar a flagrante cumplicidade dos meios de comunicação ocidentais na manutenção do status quo. O facto de a BBC e a CNN não terem transmitido em directo as declarações da África do Sul no primeiro dia das audiências mostra quão tendencioso é o sistema de supremacia ocidental.

A verdade revelada
As declarações da África do Sul foram eloquentes, revelando a extensão da desumanidade a que os palestinianos têm sido sujeitos desde 7 de Outubro. Simplesmente destacaram o que o mundo observou nos últimos três meses. Por outro lado, as declarações de Israel têm sido pobres em provas e justificação relativamente às suas acções desde 7 de Outubro e ao seu recrudescimento da violência impunemente, apoiada pelo Norte e sob o pretexto de autodefesa.

Conclusão
Este julgamento não é o resultado do acaso. O povo palestino vive num campo de concentração a céu aberto desde 1948. É irónico que as mesmas pessoas pelas quais a Convenção do Genocídio foi assinada em 1948 estejam agora em tribunal defendendo as suas acções desumanas. Neste ano político crucial, o presidente dos EUA, Joe Biden, enfrenta uma queda significativa no apoio devido aos seus laços com a Ucrânia e Israel. Quanto ao Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deve poupar os membros da sua coligação de direita que poderiam rejeitar esta abordagem à custa de uma crise política. A África do Sul está a mostrar ao mundo que é possível enfrentar políticos poderosos como Israel e o seu aliado América do Norte, em busca de justiça e verdade.

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