“Os “barcos fantasmas” no Mediterrâneo: o preocupante desaparecimento de migrantes e o desafio dos resgates no mar”

Há vários dias que a ONG Sea-Watch procura um barco carregado de migrantes no Mediterrâneo. Avistado pelo seu avião de vigilância, este barco, que transportava um número desconhecido de passageiros, permanece indetectável. Situação infelizmente recorrente nesta região onde muitos “barcos fantasmas” desaparecem, deixando para trás famílias angustiadas e perguntas sem resposta.

A fotografia tirada do avião de vigilância Sea Bird mostra uma canoa perdida nas ondas, perdida na imensidão do mar. Desde a publicação desta imagem, cresceu a preocupação com o destino das pessoas a bordo deste barco. “Ninguém sabe onde estão”, afirma a ONG Sea-Watch. As autoridades italianas e a Frontex, a agência europeia de vigilância das fronteiras, também participaram na busca, sem sucesso.

Este desaparecimento está longe de ser um caso isolado. “Barcos fantasmas” são barcos com os quais as ONG perdem contacto quando são avistados. Alguns deles aguardam dias pela intervenção das autoridades italianas ou maltesas, ficando à mercê do mau tempo em mar aberto. Além disso, alguns destes barcos desaparecem sem deixar rasto, somando-se aos trágicos números de “naufrágios invisíveis”. .

Desde a entrada em vigor do decreto Piantedosi em Itália, que obriga os navios das ONG a regressar sem demora ao porto de desembarque designado pelas autoridades italianas após um resgate, o fenómeno dos “navios fantasmas” aumentou. Estas medidas têm o efeito de deixar a zona deserta, com os Estados europeus a renunciarem às suas responsabilidades em termos de salvamento no mar. Isto está a causar grande frustração entre as organizações humanitárias e a aumentar o receio de um aumento de naufrágios invisíveis.

Os náufragos dos “barcos fantasmas” permanecem invisíveis aos olhos das instituições, não aparecendo nos relatórios oficiais das vítimas. Esta situação levanta questões sobre o número real de vítimas no Mar Mediterrâneo e a necessidade de melhorar os mecanismos de busca e salvamento.

Perante estas tragédias recorrentes, é importante sensibilizar a opinião pública para as questões humanitárias e os riscos enfrentados pelos migrantes em busca de uma vida melhor. A procura de uma solução duradoura para evitar estas tragédias deve permanecer no centro das preocupações dos governos e das organizações internacionais. Os direitos e a segurança dos migrantes devem ser protegidos, a fim de pôr fim a esta tragédia humana no Mar Mediterrâneo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *