O artigo está disponível para consulta no site do jornal Le Monde. Segundo informações prestadas, Karim Wade, filho do antigo Presidente senegalês Abdoulaye Wade, renunciou à nacionalidade francesa, o que lhe permitiria concorrer às eleições presidenciais senegalesas de 25 de fevereiro.
A dupla nacionalidade de Karim Wade tem sido tema de debate nos últimos dias, à medida que se aproxima o prazo para validação das candidaturas. Na verdade, a Constituição senegalesa estipula que qualquer candidato à presidência deve ser exclusivamente de nacionalidade senegalesa. O deputado Thierno Alassane Sall chegou a interpor recurso perante o Conselho Constitucional para pedir a invalidação da candidatura de Karim Wade.
No entanto, o anúncio da renúncia de Karim Wade à nacionalidade francesa parece pôr fim a esta polémica. O decreto publicado no Diário Oficial francês atesta isso. O próprio Karim Wade comentou a situação nas redes sociais, dizendo que a disputa pela sua dupla nacionalidade estava finalmente chegando ao fim.
No entanto, alguns questionam a validade do processo de candidatura de Karim Wade. Com efeito, no momento do seu depósito, em 23 de dezembro, declarou que só tinha nacionalidade senegalesa, embora ainda tivesse a nacionalidade francesa nessa data. O porta-voz de Thierno, Alassane Sall, sublinha este ponto e considera que o decreto publicado não prejudica o recurso interposto.
O Conselho Constitucional está actualmente a analisar recursos interpostos por candidatos pré-validados contra outros candidatos. Além do recurso contra Karim Wade, há também a impugnação da candidatura de dois candidatos próximos do opositor Ousmane Sonko. As decisões finais serão tomadas pelo Conselho nos próximos dias.
Em conclusão, a renúncia à nacionalidade francesa de Karim Wade parece pôr fim à controvérsia sobre a sua dupla nacionalidade. No entanto, permanecem dúvidas quanto à validade do seu processo de candidatura. O Conselho Constitucional terá de se pronunciar sobre estas questões nos próximos dias.