No dia 25 de fevereiro, os senegaleses irão às urnas para eleger o seu novo Presidente da República. Uma das regiões-chave desta eleição é Fatick, reduto do presidente cessante Macky Sall. Nesta cidade, outros candidatos esperam se destacar e conquistar o apoio da população.
Fatick, berço político de Macky Sall, foi o ponto de partida de sua carreira. Os habitantes desta região deram-lhe o seu apoio massivo durante as últimas eleições presidenciais de 2019, com uma taxa de votação de 80%. Mas desta vez as coisas poderiam ser diferentes.
A região de Fatick é principalmente rural, dependente da agricultura e da pecuária. Apesar dos esforços de desenvolvimento, a taxa de desemprego continua elevada, atingindo quase 30%. Os habitantes de Fatick procuram, portanto, meios de subsistência, como conduzir moto-táxis ou procurar empregos mais estáveis.
As conquistas de Macky Sall estão presentes na memória dos habitantes de Fatick. Foram construídas infra-estruturas, foram melhoradas estradas, foram criadas escolas, a electricidade foi generalizada e foram lançados projectos promissores. Contudo, os residentes também têm muitas expectativas em termos de empregos, melhoria da produtividade agrícola e processamento de produtos.
A oposição vê nestas expectativas uma oportunidade para se fazer ouvir em Fatick. Nas eleições parlamentares de 2022, a coligação de oposição Yewwi Askan Wi conseguiu ganhar popularidade, obtendo 20% dos votos. Os habitantes desta região, entre os mais pobres do país, poderão ficar decepcionados com a gestão de Macky Sall e procurar uma alternativa política.
Além disso, fazem-se sentir dissensões dentro do campo presidencial em Fatick. Em 2022, a candidatura de Matar Ba às eleições municipais criou divisões dentro da coligação presidencial. Este ano, foi o ex-primeiro-ministro Boun Abdallah Dione quem optou por concorrer de forma independente. Os seus apoiantes acreditam que as infra-estruturas não são suficientes e que faltam empregos para os jovens.
Neste contexto, o candidato do campo governante, Amadou Ba, terá de demonstrar unidade e persuasão para convencer a população de Fatick, leal a Macky Sall, a dar-lhe o seu apoio.
Em conclusão, as eleições presidenciais no Senegal são uma questão crucial para Fatick, a região de nascimento e crescimento político de Macky Sall. No entanto, a oposição está a tentar ir ao encontro das expectativas da população e as dissensões internas estão a ser sentidas dentro do campo presidencial. Resta saber se Amadou Ba conseguirá convencer Fatick e se este reduto eleitoral permanecerá leal ao presidente cessante.