“Ameaça à independência judicial no Quénia: Como preservar o Estado de direito face às tensões entre o executivo e o judiciário”

Tensão entre o executivo e o judiciário no Quénia: A necessidade de preservar a independência dos juízes

O Quénia é actualmente palco de uma luta pelo poder entre o executivo e o judiciário. Esta situação decorre de declarações do Presidente William Ruto, que alegou que o poder judicial estava a colaborar com pessoas não identificadas para obstruir as políticas do seu governo através de decisões judiciais. Numa resposta contundente, alguns dos advogados pediram ao presidente que nomeasse os juízes incriminados.

Confrontada com estas revelações, a Law Society of Kenya organizou um protesto pacífico contra o presidente, acusando-o de ultrapassar os limites do seu mandato e de não respeitar o Estado de direito. O presidente da Sociedade Jurídica do Quénia insiste que as declarações de William Ruto poderão mergulhar o país na anarquia.

Eric Theuri, presidente da Law Society of Kenya, disse: “Se o presidente diz que, como queniano, pode escolher se obedece ou não a uma ordem judicial, o que impede qualquer outro queniano de dizer que não respeitaremos estas decisões? ? O caminho que escolhemos só pode levar a uma coisa: anarquia.”

Segundo Kalonzo Musyoka, membro da oposição, o presidente procura intimidar os juízes para obter decisões judiciais favoráveis ​​ao seu governo.

A presidente da Suprema Corte, Martha Koome, respondeu anteriormente ao presidente William Ruto dizendo que o judiciário e o executivo têm poderes iguais no governo e que os juízes desempenharão suas funções de forma independente e sem medo ou favorecimento.

Esta situação levanta questões importantes sobre a independência do poder judicial no Quénia. É essencial preservar esta independência para garantir o Estado de direito e a protecção dos direitos fundamentais dos cidadãos. Intimidar os juízes e questionar as suas decisões enfraquece a confiança do público no sistema judicial e pode até levar a ataques à ordem democrática.

É necessário que o executivo e o judiciário colaborem de forma respeitosa e independente, reconhecendo a importância do papel de cada instituição no bom funcionamento da democracia. Devem ser implementadas salvaguardas para garantir que os juízes possam tomar decisões de forma independente, sem medo de represálias ou intimidação por parte do executivo.

O Quénia deve enfrentar este desafio de forma responsável e construtiva, reforçando a independência do seu poder judicial para garantir a confiança do público no respeito pelo Estado de direito. Os cidadãos quenianos merecem um sistema de justiça justo e imparcial que proteja os seus direitos e liberdades fundamentais.

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