O cancelamento dos votos expressos nas eleições legislativas nacionais e provinciais pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) na República Democrática do Congo continua a criar turbulência no cenário sócio-político congolês. Esta decisão, que resultou da invalidação de 82 candidatos por fraude e posse ilegal de máquinas de voto, suscita fortes reacções entre os vários actores políticos do país.
Num comunicado conjunto, vários candidatos às eleições presidenciais, incluindo Floribert Anzuluni, Franck Diongo, Martin Fayulu, Moise Katumbi, Seth Kikuni, Augustin Matata, Denis Mukwege e Delly Sesanga, denunciam a alegada cumplicidade da CENI com a família política de Felix Tshisekedi. Segundo eles, os beneficiários das urnas são principalmente da maioria governista, o que levanta dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral.
Os candidatos questionam o preconceito da CENI, sublinhando que se as eleições legislativas foram julgadas corruptas, é difícil acreditar que as eleições presidenciais tenham sido poupadas. Exigem, portanto, o cancelamento total das eleições a todos os níveis e exigem que os membros da CENI, bem como os seus alegados cúmplices, sejam levados à justiça. Apelam também a todo o povo congolês para que se mobilize contra a fraude eleitoral e defenda a sua soberania.
A CENI, por sua vez, criou uma comissão de inquérito responsável por examinar os atos fraudulentos cometidos por determinados candidatos durante as eleições. Esta comissão já identificou 82 candidatos envolvidos em todo o país e invalidou-os antes da publicação dos resultados provisórios. As denúncias contra estes candidatos incluem fraude, corrupção, detenção ilegal de máquinas de votação, vandalismo de materiais eleitorais e intimidação de agentes eleitorais.
Esta situação levanta questões sobre a integridade e transparência do processo eleitoral na República Democrática do Congo. As tensões políticas aumentam e a confiança do povo congolês no sistema eleitoral é severamente testada. É essencial que sejam tomadas medidas concretas para restaurar a confiança e garantir eleições democráticas e justas.
Num contexto em que as eleições são frequentemente um assunto delicado e onde a manipulação é frequente, é crucial que as instituições responsáveis garantam a transparência e a integridade do processo eleitoral. Só uma eleição livre e justa permitirá ao povo congolês expressar verdadeiramente a sua vontade e escolher os seus representantes com total confiança.
Resta saber como esta situação evoluirá e que medidas serão tomadas para resolver esta crise eleitoral na República Democrática do Congo.. É essencial que todos os actores políticos e sociais se envolvam num diálogo construtivo, a fim de encontrar uma solução que respeite a vontade do povo congolês e fortaleça a democracia no país.