Os protestos contra as exigências sociais continuam no sul da Líbia e levaram ao encerramento de dois campos petrolíferos na região de Ubari.
O campo petrolífero de Sharara, que produz até 300 mil barris por dia, foi fechado pela primeira vez na quarta-feira, enquanto o campo el-Feel foi fechado na quinta-feira, segundo engenheiros.
Entre as reivindicações dos residentes que protestam estão a construção de um hospital em Oubari, a contratação de jovens especialistas no sector petrolífero e a criação de uma refinaria dedicada na região de Fezzan para remediar a escassez crónica de gás e gasolina.
“Só através deste meio poderemos exercer pressão sobre Trípoli para obter os nossos direitos”, disse Abou Bakr Abou Setta, presidente do comício de Fezzan.
O governo de Trípoli apelou ao “retorno à sanidade” e exigiu que a produção de petróleo não fosse implicada em tais problemas.
Alguns analistas dizem que o protesto ilustra as divisões políticas entre as duas autoridades paralelas que disputam o poder no país.
Em Trípoli está o governo de Abdul Hamid Dbeibeh, que goza de reconhecimento internacional, enquanto a autoridade paralela administra o leste da Líbia a partir de Sirte, apoiada pela Câmara de Tobruk e pelo homem forte Khalifa Haftar.
O sector do petróleo e do gás é uma importante fonte de rendimento para a Líbia. Em Novembro de 2023, a National Oil Corporation (NOC) afirmou que a produção diária de petróleo do país atingiu 1,24 milhões de barris.
“A produção de petróleo bruto atingiu 1.240.000 barris por dia e a produção de condensado atingiu 50.000 barris por dia nas últimas 24 horas”, afirmou a empresa em comunicado.
A situação na Líbia continua complexa, com profundas divisões políticas e sociais. Os residentes das regiões do sul do país sentem-se negligenciados e abandonados e utilizam o encerramento dos campos petrolíferos para pressionar o governo central para melhorias socioeconómicas na sua região.