Os desafios das moedas com baixo desempenho em África: que soluções para o crescimento sustentável?

Para além da instabilidade económica, os países africanos com moedas com baixo desempenho enfrentam múltiplos desafios. As consequências das moedas fracas são sentidas nas negociações com instituições financeiras internacionais, afectando muitos aspectos das comunidades e dificultando as oportunidades de crescimento sustentável.

Embora alguns países africanos tenham conseguido manter a integridade das suas moedas, outros encontraram dificuldades. De acordo com um artigo do Business Day, um gráfico publicado pela Bloomberg revelou que 7 das 10 moedas com melhor desempenho em 2023 eram africanas.

A Naira Nigeriana (NGN) está no topo do ranking com uma queda vertiginosa de 55% em relação ao dólar americano. Um artigo da Bloomberg detalha esta queda, destacando que 2023 foi o pior ano para a moeda desde 1999, sem perspectivas de recuperação.

No momento da publicação, o Naira estava cotado a 1.043 Naira por 1 dólar americano. No entanto, na quarta-feira, o Naira fechou em 1.035,12 Naira por US$ 1 no mercado cambial oficial de Investidores e Exportadores.

A queda acentuada do Naira é o resultado da decisão do governo nigeriano de flutuar a moeda. Em Junho de 2023, o Banco Central da Nigéria (CBN) confirmou oficialmente a remoção do limite máximo da taxa de câmbio do Naira no mercado cambial de investidores e exportadores.

Da mesma forma, outro artigo da Bloomberg revela que o xelim queniano registou o seu maior declínio nos últimos 30 anos, devido ao aumento das taxas de juro nas principais economias, à redução do investimento estrangeiro e ao declínio nas entradas de divisas provenientes das exportações.

O Banco Central do Quénia aumentou a sua taxa de juro de referência em 5 de Dezembro, pela segunda vez desde que o Governador Kamau Thugge tomou posse em Junho, para apoiar o xelim do país. “O Comité de Política Monetária aumentou a taxa em 200 pontos base para 12,5%, o maior aumento desde 2011”, refere o relatório da Bloomberg.

As saídas de investidores estrangeiros da Bolsa de Valores de Nairobi atingiram 1,18 mil milhões de xelins (7,53 milhões de dólares) nos três meses encerrados em Setembro, acima dos 1,48 mil milhões de xelins do trimestre anterior, segundo o regulador do mercado, acrescenta o relatório.

Tal como na Nigéria, políticas como a remoção dos subsídios aos combustíveis e o aumento dos impostos contribuíram para as dificuldades económicas enfrentadas no país da África Oriental.

Em Agosto, o Business Insider Africa informou que o xelim queniano estava sob pressão, com alguns bancos comerciais em Nairobi já a vender dólares americanos acima do limite de 150 xelins. Isto levou a uma nova onda de aumento dos preços de produtos importados, como fertilizantes, eletrônicos e veículos..

As desvantagens das moedas com baixo desempenho nos países africanos são complexas e interligadas, com muitos países do continente a enfrentar complicações económicas semelhantes, como evidenciado pelo elevado número de representantes africanos nesta classificação.

É essencial que estas nações encontrem formas de fortalecer as suas moedas e estabilizar as suas economias, a fim de promover o crescimento sustentável e criar oportunidades para as suas populações. Políticas económicas sólidas, uma melhor governação e uma cooperação regional reforçada podem potencialmente inverter a tendência e ajudar os países africanos a superar os desafios da moeda fraca.

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