Finalmente, a República Democrática do Congo (RDC) pode descansar após um período eleitoral tenso. A reeleição do Presidente Félix Tshisekedi foi anunciada e as reacções diplomáticas começam a surgir. Entre estes, as felicitações do Presidente queniano, William Ruto, eram particularmente aguardadas, dadas as actuais tensões entre Kinshasa e Nairobi.
Numa mensagem oficial na sua conta no Twitter, o Presidente Ruto expressou os seus sinceros parabéns a Félix Tshisekedi pela sua vitória eleitoral. Saudou este marco importante na história democrática da RDC e manifestou entusiasmo em reforçar as relações entre o Quénia e a RDC para o benefício mútuo de ambos os países.
Esta declaração surge num contexto diplomático delicado entre as duas capitais. A criação da Aliança do Rio Congo em Nairobi, por Corneille Nangaa, antigo presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) na RDC, suscitou preocupações em Kinshasa. A presença de Bertrand Bisimwa, líder político do M23, descrito como um grupo terrorista por Kinshasa e apoiado pelo exército ruandês, aumentou as tensões.
As autoridades congolesas reagiram fortemente a esta abordagem de Nairobi, chegando ao ponto de chamar de volta o seu embaixador no Quénia. As declarações do Ministro da Comunicação e Meios de Comunicação Social de Kinshasa, Patrick Muyaya, bem como as exigências do Presidente Tshisekedi em relação a Nangaa e Bisimwa, contribuíram para uma escalada das tensões entre os dois países.
No entanto, a resposta comedida de William Ruto de que o seu país só prende criminosos, mas que as declarações fazem parte da democracia, foi vista como um gesto político e diplomático destinado a acalmar as tensões e abrir caminho para uma normalização das relações entre o Quénia e a RDC.
Alguns especialistas, como Michel Bisa Kibul, geopolitólogo e professor de ciências políticas na Universidade de Kinshasa, acreditam que a resposta política de Ruto ajudou a melhorar a imagem do M23, transformando-o num movimento que é ao mesmo tempo internacional e local. Actualmente, o processo de paz, conhecido como “Processo de Nairobi”, encontra-se num impasse, e William Ruto parece aspirar a relançar as relações diplomáticas entre o Quénia e a RDC após a reeleição de Felix Tshisekedi.
Em conclusão, as felicitações do Presidente Queniano, William Ruto, a Félix Tshisekedi pela sua reeleição na RDC são um sinal encorajador da redução das tensões diplomáticas entre os dois países. Resta saber se este desejo de normalização se materializará na prática e permitirá uma cooperação frutuosa entre o Quénia e a RDC. Só o futuro nos dirá.