As notícias políticas na República Democrática do Congo continuam a provocar fortes reacções e debates apaixonados. Recentemente, Francine Muyumba, uma figura política cabilista empenhada, expressou o seu desacordo com a ordem do vice-primeiro-ministro Peter Kazadi, que pediu à FCC (Frente Comum para o Congo) que permanecesse em silêncio, sob o pretexto de que não tinha participado na processo eleitoral.
Muyumba recorreu às redes sociais para contestar este pedido de silêncio, sublinhando que a UDPS (União para a Democracia e o Progresso Social), actualmente no poder, boicotou o processo eleitoral em 2006 e ainda falou publicamente. Segundo ela, ninguém pode impedir que uma estrutura política se expresse.
Ela insiste que a oposição deve ter o direito de se expressar, mesmo que não tenha participado no processo eleitoral. Ela também recorda que a UDPS boicotou não só as eleições de 2006, mas também o processo de transição que levou à formação do governo 1+4. Ela sublinha, portanto, a importância de respeitar a história política do país e de reconhecer que o direito de expressão não pode ser limitado com base na participação nas eleições.
Muyumba vai mais longe ao propor soluções para garantir o respeito pela Constituição na sua totalidade. Ela sugere uma reorganização do gabinete da CENI (Comissão Eleitoral Nacional Independente) para organizar novas eleições transparentes e credíveis, com maior profissionalismo. Propõe também uma nova lei eleitoral inclusiva e a recomposição do tribunal constitucional, responsável por garantir o respeito pela constituição.
Segundo ela, sem estes pré-requisitos, a reorganização das eleições corre o risco de reproduzir os mesmos problemas e as mesmas disputas. Ela sublinha, portanto, a importância de garantir eleições justas e transparentes para garantir a estabilidade política e o respeito pela Constituição.
Em conclusão, a intervenção de Francine Muyumba destaca as tensões políticas que persistem na RDC. Os seus argumentos destacam a importância do direito de expressão para todas as estruturas políticas, independentemente da sua participação nas eleições. Propõe também soluções concretas para garantir eleições transparentes e credíveis, a fim de evitar disputas.