“QUEBRANDO AS BARREIRAS: A falta de candidatas femininas nas eleições das Comores – Um apelo à igualdade de género na política”

Sabia que apenas uma mulher concorre ao cargo de governadora nas próximas eleições nas Comores? Isto levanta questões sobre a falta de representação feminina no cenário político do país. Será devido à falta de qualificações, a leis discriminatórias ou a uma misoginia profundamente enraizada?

Em teoria, não existem barreiras legais que impeçam as mulheres de concorrer a cargos políticos nas Comores. Porém, na prática, a realidade é muito diferente. As barreiras culturais e os estereótipos de género persistem, dificultando a participação das mulheres na política. Apesar de no passado ter havido uma governadora na ilha de Ngazidja, ainda existem obstáculos significativos que impedem as mulheres de assumirem cargos de liderança.

Em 2017, a lei Hadjira foi introduzida para promover a participação política das mulheres nas Comores. A lei incluiu um sistema de cotas, reservando 30% dos cargos eletivos para mulheres. No entanto, seis anos depois, a lei ainda não foi promulgada pelo chefe de Estado.

O sócio-ativista Hissane Guy enfatiza a necessidade de consciência e ação coletiva. Ela ressalta que muitos homens não estão dispostos a abrir mão do seu poder e abrir espaço para as mulheres na política. Portanto, é essencial que as mulheres nas Comores lutem pelos seus direitos e defendam a implementação da lei Hadjira.

Embora a candidatura de Chamina Ben Mohamed a governador de Mohéli seja um avanço significativo, encontra resistência. O atual governador afirmou publicamente que não está disposto a votar em uma mulher. Este tipo de atitude realça os desafios subjacentes que as mulheres enfrentam na esfera política.

A falta de candidatas femininas nas próximas eleições reflecte uma questão maior de desigualdade de género nas Comores. É crucial que a sociedade como um todo, os partidos políticos e as instituições governamentais assumam a responsabilidade e trabalhem activamente no sentido de criar um ambiente que promova a participação igualitária das mulheres.

Ao quebrar barreiras culturais, desafiar os estereótipos de género e implementar políticas sensíveis ao género, as Comores podem criar um sistema político mais inclusivo e representativo. As mulheres devem ter a oportunidade de contribuir com as suas perspectivas, talentos e liderança para moldar o futuro do seu país.

Em conclusão, a escassez de candidatas femininas nas próximas eleições nas Comores é uma questão preocupante que exige atenção. É hora de abordar as barreiras culturais, sociais e institucionais que impedem a participação política das mulheres e de trabalhar em prol de uma democracia mais equitativa e inclusiva.

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