Em notícias recentes, o Arcebispo de Kinshasa apelou à moderação durante a sua missa de Natal no domingo à noite, após o que descreveu como “gigantesca desordem organizada” durante as eleições gerais da semana passada.
“Com entusiasmo e determinação, muitos de nós saímos para expressar democraticamente as nossas preferências”, disse o Cardeal Fridolin Ambongo à congregação. “Mas, infelizmente, o que deveria ter sido uma grande celebração dos valores democráticos rapidamente se transformou em frustração para muitos”, acrescentou.
Atrasos massivos e caos burocrático prejudicaram as eleições de quarta-feira para escolher o presidente, os deputados das assembleias nacionais e provinciais, bem como os vereadores locais.
Os funcionários eleitorais tiveram dificuldades para levar os materiais de votação às assembleias de voto a tempo, algumas assembleias de voto não conseguiram abrir e a votação teve de ser prorrogada até ao dia seguinte.
As eleições foram descritas como “uma gigantesca desordem organizada” por Ambongo. “Todos vocês testemunham isso”, disse ele.
Ele também se referiu a imagens de vídeo que mostram uma mulher atacada por votar na oposição. “Como podemos descer tão baixo?”, perguntou ele, perguntando-se que mensagem essas imagens estavam enviando ao mundo.
Cerca de 44 milhões de pessoas, numa população de 100 milhões, estavam recenseadas para votar, com mais de 100 mil candidatos concorrendo a diferentes cargos. O Presidente Félix Tshisekedi, de 60 anos, foi candidato à reeleição contra 18 candidatos da oposição.
Muitos deles denunciaram a forma como as eleições foram conduzidas, e alguns acusaram as autoridades de fraude eleitoral “massiva”.
Embora um grupo de líderes da oposição tenha convocado uma marcha de protesto em Kinshasa na quarta-feira, outros estão simplesmente a pressionar para que a votação seja cancelada.
A dimensão da RDC – aproximadamente o tamanho da Europa Ocidental continental – e a sua infra-estrutura deficiente fazem dela um grande desafio logístico durante as eleições.
Oficialmente, a votação terminou na quinta-feira, mas um funcionário eleitoral em partes remotas do leste devastado pelo conflito disse que algumas estações só abriram no sábado.
“Neste momento, peço-lhe que tenha cautela e moderação”, disse o Cardeal Ambongo.
Embaixadores de mais de uma dúzia de países ocidentais pediram moderação numa declaração conjunta no sábado.
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