A saúde no centro das discussões na COP28: compreendendo a ligação entre a crise climática e a saúde
A 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), que decorre atualmente no Dubai, destaca a importância da ligação entre a crise climática e a saúde. Na verdade, a poluição atmosférica, que mata quase 7 milhões de pessoas todos os anos em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ocupa um lugar central nas discussões.
A qualidade do ar e os efeitos nocivos das alterações climáticas na saúde são os principais temas discutidos nesta conferência. A OMS salienta que a poluição do ar exterior, principalmente devido às emissões de combustíveis fósseis, é responsável por mais de 4 milhões de mortes anualmente. Aumenta o risco de doenças respiratórias, acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas, câncer de pulmão, diabetes e outras condições.
As micropartículas PM2,5, provenientes principalmente de combustíveis fósseis queimados nos transportes e na indústria, são particularmente prejudiciais para a saúde. Essas partículas finas podem entrar na corrente sanguínea e causar sérios problemas de saúde.
A conferência que se realiza no Dubai está geograficamente localizada perto de várias infra-estruturas poluentes, como o complexo energético e de dessalinização da água do mar Jebel Ali, que alberga a maior central eléctrica a gás do mundo. O Porto Jebel Ali e o Aeroporto Internacional Al Maktoum também são fontes potenciais de poluição. Apenas 200 km a oeste fica o campo petrolífero Bab, em Abu Dhabi. Estes elementos acentuam a necessidade de tomar medidas concretas para combater a poluição atmosférica.
O dia dedicado à saúde durante a COP28 foi uma oportunidade para destacar a gravidade da situação. Em Dubai, a neblina causada pela poluição do ar cobriu a cidade, escurecendo os imponentes arranha-céus. O índice de qualidade do ar atingiu níveis alarmantes, com concentração de 155 microgramas de partículas PM2,5 por metro cúbico de ar. Estes elevados níveis de poluição demonstram a necessidade urgente de agir para proteger a saúde das populações.
Por sua vez, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitou a conferência para afirmar que a preservação das florestas e o aumento da produção agrícola eram compatíveis. Ele partilhou o seu plano de manter as florestas intactas e ao mesmo tempo aumentar as terras cultiváveis, incluindo a utilização de pastagens para a agricultura. Esta abordagem visa conciliar a protecção ambiental e o desenvolvimento económico.
A COP28 é uma oportunidade crucial para os países participantes tomarem medidas concretas para combater a crise climática e os seus impactos na saúde. A conscientização e a mobilização são essenciais para mudar mentalidades e promover ações sustentáveis para a saúde do planeta e de seus habitantes.