A 5ª edição de “Kinshasa Mboka ya Masano” foi lançada recentemente no Museu Nacional da RDC. Este evento, que decorrerá até 1 de dezembro, centra-se no tema da inclusão das mulheres na boa governação e na luta contra a violência baseada no género (VBG). Este ano, o evento procura conciliar a cultura congolesa com estas importantes questões sociais.
O Príncipe Pungi, membro do gabinete do Ministério da Cultura, Artes e Património e representante do Ministro nesta actividade, sublinhou que mais de 60% das mulheres na RDC são vítimas de violência devido ao seu género, e que têm dificuldades para sobreviver. Esta violência pode assumir diversas formas, como violência sexual, doméstica, digital, feminicídio ou mutilação genital feminina. Pungi insiste que esta violência tem um impacto negativo nos direitos humanos, especialmente os das mulheres, e representa um custo enorme para a sociedade congolesa.
Tendo isto em mente, repensar a cultura congolesa é essencial para ajudar as mulheres a prevenir esta violência. A educação, os costumes e a boa moral podem desempenhar um papel crucial na sensibilização da população para o respeito pelos direitos das mulheres. Pungi também defende que a igualdade de género deve ser promovida desde a infância e os homens também devem ser educados sobre os valores e direitos das mulheres.
O primeiro dia do evento foi marcado por um desfile de moda intitulado “Grande desfile”, bem como por discussões em torno da boa governação e do combate à VBG. Também foram organizadas exposições para mostrar criações e talentos locais.
“Kinshasa Mboka Ya Masano” é um evento de moda criado por Lydia Nsambayi, vencedora do Prémio Lokumu Fashion em 2020. Cada edição destaca um tema específico ligado à cultura congolesa. Este ano, o evento pretende sensibilizar e mobilizar a sociedade sobre a importância da inclusão das mulheres na governação e na luta contra a VBG.
Este evento é uma verdadeira oportunidade para destacar artistas, estilistas e criadores locais, ao mesmo tempo que aborda importantes temas sociais e culturais. Oferece um espaço de diálogo e reflexão sobre a promoção da igualdade de género e do respeito pelos direitos das mulheres na República Democrática do Congo.
Kinshasa Mboka ya Masano posiciona-se, portanto, como um motor de mudança social, que procura usar a moda e a cultura como ferramentas para sensibilizar e promover os direitos das mulheres. A esperança é que este evento ajude a criar uma sociedade congolesa mais justa e igualitária, onde as mulheres possam florescer e viver sem medo da violência ou da discriminação.