“Gafanhotos em Beni, RDC: uma oportunidade lucrativa e nutritiva para a população local”

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Gafanhotos em Beni, República Democrática do Congo: oportunidade comercial e alimentar

Todos os meses de Novembro e Dezembro, a cidade de Beni, na República Democrática do Congo, é palco de um fenómeno particular: o aparecimento em massa de gafanhotos. Esses insetos, capturados principalmente à noite com armadilhas caseiras, oferecem oportunidade comercial para alguns e fonte de alimento para outros.

Os gafanhotos são frequentemente capturados da forma tradicional, como demonstra Ignace Kambale, um residente de Beni que utiliza um gerador, lâmpadas, chapas metálicas e lonas para atrair os insectos. Apesar de estar cansado depois de uma noite de trabalho intenso, ele está encantado com os benefícios que pode obter com isso. Ele explica: “É sorte! Por exemplo, hoje peguei pelo menos 100 quilos. ”

Porém, do lado dos revendedores de gafanhotos, a realidade é diferente. Uma mulher, que preferiu permanecer anônima, acredita que está vendendo com prejuízo. Ela expressa a sua frustração dizendo: “Vendemos sempre com prejuízo. Exigimos que baixem o preço do quilo para pelo menos 5.000 francos congoleses, embora o combustível seja caro”.

Apesar desta situação, os gafanhotos são conhecidos pelo seu rico conteúdo proteico, o que os torna um alimento valioso para crianças, mulheres e homens. O nutricionista Jean-Pierre Kakule Vyambuera, do hospital geral de referência de Beni, destaca seu valor nutricional. Ele também recomenda o manejo adequado dos gafanhotos, inclusive armazená-los em recipientes herméticos para evitar contaminação bacteriana.

Apela também a uma análise dos gafanhotos por parte do Gabinete de Controlo Congolês para garantir a sua qualidade e segurança alimentar.

Em conclusão, os gafanhotos em Beni, na República Democrática do Congo, representam uma oportunidade de negócio para alguns e uma fonte de alimento rico em proteínas para outros. Apesar dos desafios económicos e dos problemas de saúde colocados pela sua venda, estes insectos continuam a ser capturados e consumidos, contribuindo assim para a subsistência da população local.

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