Guillaume Soro, o antigo primeiro-ministro da Costa do Marfim no exílio durante quatro anos, poderá regressar em breve ao seu país. Isto foi afirmado pelo porta-voz do governo da Costa do Marfim durante uma recente conferência de imprensa. Segundo ele, Soro tem liberdade para voltar quando quiser, pois o país está aberto ao seu retorno. No entanto, é o sistema judicial que decidirá sobre a execução das suas condenações na Costa do Marfim.
Recorde-se que Guillaume Soro deixou a Costa do Marfim em 2019, após desentendimento com o atual presidente, Alassane Ouattara. Desde então, vive no exílio, alternando entre França, Bélgica, Dubai e Ásia. No entanto, recentemente Soro anunciou que estava encerrando seu exílio e planejando retornar à África.
No entanto, a questão das condenações proferidas contra ele na sua ausência permanece sem solução. Em 2020, Soro foi condenado a 20 anos de prisão por cumplicidade no desvio de fundos públicos na Costa do Marfim, e em 2021 foi condenado à prisão perpétua por pôr em perigo a segurança do Estado. É importante notar que o Presidente Ouattara tinha afirmado anteriormente que queria que Soro fosse condenado à prisão perpétua.
Apesar disso, várias figuras políticas no exílio já conseguiram regressar à Costa do Marfim sem serem perturbadas pelo sistema judicial. O porta-voz do governo destacou mesmo que algumas destas personalidades chegaram a participar em reuniões políticas no país. Parece, portanto, que o governo da Costa do Marfim implementou medidas para facilitar o regresso dos exilados políticos.
Desde que regressou a África, Soro conheceu duas figuras militares, o General Abdourahamane Tiani no Níger e o Capitão Ibrahim Traoré no Burkina Faso, ambos os quais subiram ao poder através de golpes de estado. Estas reuniões podem sugerir que Soro está a tentar criar alianças políticas para preparar o seu regresso à Costa do Marfim.
Em conclusão, embora Guillaume Soro possa tecnicamente regressar à Costa do Marfim, a questão da execução das suas condenações permanece incerta. Somente a justiça marfinense poderá decidir o destino de Soro quando ele retornar ao seu país. Em qualquer caso, o seu possível regresso e os seus encontros com figuras políticas despertam interesse e podem ter impacto no panorama político da Costa do Marfim.